terça-feira, 27 de abril de 2010

Ser Robotizado

Sou eu ser de carne e osso que agora estou na frente destes montes de controles e comandos e controles, alavancas e motores que por modos modernos me fizeram ser não tão orgânico? Hoje a alma não tem mais graça e desta máquina troco a graxa, desta tela brilhante e plana vê-se as imagens do cotidiano de nossos momentos e planos, os bichos da natureza quem sabe futuramente até os sonhos. Nestas teclas insinuantes perco horas a fio e os fios do meu cabelo perdem o brilho e se embranquecem; neste processo moderno o brinquedo velho se esquece. Os produtos novos e voláteis que ao mundo pedem para entrar na roda para vestir, falar e usar a moda, que mesmo eu pagando e possuindo, não sei dizer se ela é minha ou se é ela que me tem, molda e monta. E se dividem os que existem dos que não existem por quem tem ou não as tem- dize-se: se Ipod, Iposso. Quero eu bicho do mato por essa evolução ser engolido, tragado? Ser homem não homem, mas homem calculado? Será esta uma necessidade constante ou inconstante e impossível de não se necessitar? Nas palavras desfiguradas de imagens modificadas, línguas que não são minhas, num hightech que me confunde que a realidade escurece aço, ferro e pele e plástico tornam-se produtos fantásticos para poucos usar e muitos afastar. Coisas falantes, brilhantes e pequenas; torno-me irrelevante a este crescimento desordenado que quanto mais cresce faz o abismo da miséria aumentar. Este ser crescente que a nada mais sente tem as veias como cabos. Fios e cabos em que as noticias passam. Cabeça artificial. Mãos eletrônicas sem vida. Falas computadorizadas se conectam umas com as outras. Seres sistematizados e eletronizados. E este ser pergunta atordoado sem ser:


-Será que posso desligá-los?


Já não sei se foi em quem os liguei ou se são eles que têm me desligado. Já sou eu não mais eu com os braços e pernas parafusados, os olhos como vidro, a boca e a língua são aço, a pele solta um calor ‘’inumano’’. Sonhos, ilusões, sentimentos e pensamentos metalizados. O coração Made in Human. Já ao olhar para o espelho não me reconhece como ser nascido e criado. Já não sou tão ser “eu”, mas sim eu, ser robotizado.



DE: manaydeo@gmail.com
Para: evandro88s@gmail.com (http://affoff.blogspot.com/)



Um filosófo disse: Vivemos dentro de uma jaula (a sociedade), porém as suas grades são flexíveis. Eu pirei nisso. O ser humano tem um comportamento previseivel e condicionado pelo meio social que ele vive. Seus gostos, preferências, valores, etc não são inatos e sim impostos pelas forças sociais em que ele vive. Dentro desse contexto existiria espaço para o individuo em si; individual?



''Incomunicação''



De: evandro88s@gmail.com (http://affoff.blogspot.com/)
Para: manaydeo@gmail.com

Sr Manay, minha vez de te fazer uma pergunta, ou melhor, reflita sobre essa frase: Falar em ‘’comunicação de massa’’ só mesmo entre aspas, do contrário, é tentar dar veracidade a uma mentira. O termo mais adequado é INcomunicação em massa’’

O troco




De: manaydeo@gmail.com
Para: evandro88s@gmail.com

A subjetividade das pessoas é o que mais a propaganda atinge, pois lida com os desejos de forma racional e sedutora. (afinal quem não quer que seus desejos sejam realizados) Mais do que isso qual o status que aquele objeto fará com que eu alcance no estilo de vida que vivo e que eu idealizo. A ‘’incomunicação’’ na PP existe sobre esse aspecto pois lida com o fato de maneira dissimulada e persuasiva. O fato misturado com o desejo se torna inquestionável: Por mais que eu saiba que comprando aquela roupa eu não irei parecer com a atriz que a veste pelo menos eu chegarei o mais próximo disso. É o sonho impalpável que ''quase se realiza. Não sou um executivo bem sucedido, mas posso comprar roupas que me façam parecer bem sucedido dentro do meu estilo de vida. Não posso comprar uma Mercedes, mas se ter um carro é de certa forma estar bem socialmente e dentro do grupo e estilo de vido a qual pertence, comprarei um carro popular em suaves prestações... Bom o fato em si realmente não é comunicado, mas sim a ideologia imposta por uma classe dominante, do que é o ideal desejado. Espero que tenha respondido sua pergunta reflexiva.
Segue anexo de uma pesquisa do consumidor do sec. 21 e referencia bibliográficas.
Breve lhe darei o troco. Até mais. Fui...